Vibrante comício do PCP em Peniche encerra centenário de Álvaro Cunhal e lança comemorações dos 40 anos da Revolução dos Cravos

Defender, afirmar e projectar<br> os valores de Abril

As comemorações do centenário do nascimento de Álvaro Cunhal terminaram no sábado, com «chave de ouro», num grande comício realizado em Peniche, que juntou militantes e simpatizantes do PCP de todo o País. Esta marcante iniciativa assinalou igualmente, no plano partidário, o arranque das comemorações dos 40 anos da Revolução de Abril, à qual Álvaro Cunhal, o Partido Comunista Português e a própria fuga de Peniche estão intimamente ligados.


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<i>Nada poderá deter-nos, nada<br> poderá vencer-nos!</i>

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As palavras do poeta Joaquim Namorado, que dão o título a esta peça, adaptadas pelo maestro Fernando Lopes-Graça para umas das suas «Canções Heróicas», resumem como nenhumas outras o que se evocou nos passados dias 3 e 4 em Peniche: a coragem e a determinação em prosseguir a luta revolucionária quaisquer que sejam as condições, os obstáculos e os perigos. Foi precisamente isso que fizeram os dez dirigentes e quadros do PCP que, a 3 de Janeiro de 1960, protagonizaram uma das mais espectaculares e importantes fugas das prisões fascistas portuguesas. Fugiram, sim, para a primeira linha do combate pelo derrube do fascismo, pela democracia e pela liberdade; fizeram-no quando tudo parecia perdido. E no entanto, Abril aconteceu. Porque eles fugiram. Porque eles, e muitos outros, lutaram, persistiram e resistiram.

Os tempos mudaram, é certo, mas também hoje (e como um dia escreveu Bertold Brecht) os «tiranos fazem planos para dez mil anos» e repetem à exaustão que assim é e sempre assim será, que não há alternativa à exploração, ao desemprego, ao empobrecimento, à emigração. E uma vez mais os comunistas estão na vanguarda da luta popular, organizando, estimulando e mobilizando para que os valores de Abril estejam presentes no futuro de Portugal.

Nas páginas seguintes dá-se conta do que se passou em Peniche no passado fim-de-semana: a inauguração de uma exposição, da responsabilidade do município e da URAP, que ficará patente no Forte durante um ano; a recriação da fuga que teve lugar precisamente 54 anos antes; e o grande comício do PCP que encerrou a celebração do centenário do nascimento de Álvaro Cunhal e abriu as comemorações dos 40 anos da Revolução de Abril.

Força e determinação para os combates que aí vêm

Com as iniciativas de evocação da fuga da cadeia do Forte de Peniche de 1960 e com este comício finalizamos o programa das comemorações do centenário do nascimento de Álvaro Cunhal, que se prolongou por todo ano de 2013. Foi um ano intenso de...

Uma fuga que dava<br> (e deu) um filme

Na sexta-feira, às sete horas da tarde – ou seja, exactamente 54 anos depois – recriou-se aquela que foi uma das mais espectaculares e importantes evasões das prisões fascistas: a fuga de Peniche de 3 de Janeiro de 1960. 

A Hora das Gaivotas

de João Monge Em todas as casas há um coração suspenso e uma janela sobre o mar As crianças recolheram a casa e o mar, sempre o mar, estende as longas crinas de cavalo azul nas paredes de pedra   É noite É a espada líquida da...

Repressão, resistência e luta

O Forte de Peniche acolhe, desde o passado dia 3, e até ao início de 2015, uma exposição dedicada à prisão política do fascismo, à resistência aí travada e às fugas realizadas. A mostra resulta de uma parceria entre o município e a URAP.